Geografia do litoral de Santa Catarina

Publicado em Litoral de Santa Catarina | 23 de fevereiro de 2010 |

Sempre tive amplo interesse por geografia. Da geografia, ciência tão abrangente, o que mais me chama atenção são os relacionados a geografia física, como acidentes geográficos, oceanográficos, etc e também relacionados ao clima. Realmente me são assuntos super interessantes.

Dentre esses temas, um muito interessante diz respeito aos acidentes geográficos litorâneos. Você sabe o que são enseadas, baías, angras, fiordes, istmos, barras??? Sempre ouvimos falar sobre esses termos e fazemos alguma idéia vaga do que sejam. Mas inspirado nesta página aqui, resolvi tentar “classificar” os acidentes geográficos costeiros com os quais temos mais contato aqui no litoral de Santa Catarina.

Santa Catarina, principalmente de Laguna para o norte, apresenta um litoral amplamente recortado e multi-facetado, com os mais diversos acidentes naturais, os quais formaram paisagens belíssimas que encantam os que por aqui passam:

Enseadas

Segundo a Wikipedia:

O termo enseada deriva da palavra seio e refere-se a um recorte da linha costeira, o qual forma uma pequena baía. É uma reentrância aberta da costa em direção ao mar, limitada por dois promontórios (porções mais elevadas).

Dessa forma percebemos que boa parte de nossas praias são enseadas. E creio que a configuração mais nítida é a praia central de Balneário Camboriú. Fiz uma montagem rápida com algumas imagens encontradas no site do Parque Unipraias:

Balneário Camboriú - uma enseada - Imagens: Parque Unipraias

Balneário Camboriú - uma enseada - Imagens: Parque Unipraias

Angras

Segundo a Wikipedia:

Angra é uma pequena baía ou enseada, usualmente com ampla abertura e junto a costas elevadas.

Este nome não é usual por aqui, mas certamente deve haver configurações geográficas assim por todo o nosso litoral. Você sugere alguma?

Baías

Segundo a Wikipedia:

uma baía é uma porção de mar ou oceano rodeada por terra, em oposição a um cabo. O golfo é uma baía de grandes dimensões como o golfo de Sidra . As baías detiveram e detêm importância econômica e estratégica uma vez que são, normalmente, locais ideais para construção de portos e docas.Reentrância da costa litorânea por onde o mar avança para o interior do continente.

Essa configurações geográficas são comuns no Litoral de Santa Catarina. Há duas baías ligadas pelo canal do Estreito em Florianópolis:

Baías Norte e Sul na Grande Florianópolis - Imagem: Google Earth

Baías Norte e Sul na Grande Florianópolis - Imagem: Google Earth

… e há uma baía no litoral norte de Santa Catarina, a baía da Babitonga:

Baía da Babitonga ao norte do Estado - Imagem: Google Earth

Baía da Babitonga ao norte do Estado - Imagem: Google Earth

Cabos

Segundo a Wikipédia:

um cabo é um acidente geográfico formado por uma massa de terra que se estende por um oceano ou mar que lhe está adjacente. Um cabo em geral tem mais importância que um promontório*, e muitas vezes exerce influência sobre correntes costeiras e outras características oceanográficas de seu meio. Um cabo, portanto, é uma península estreita.

* O que denominamos comumente como Costão.

Santa Catarina aparentemente não apresenta acidentes geográficos dignos de chamarem-se de cabos, contudo, vejo que a configuração litorânea que mais se aproxima a esta denominação poderia ser o costão que limita o município de Penha do de Navegantes:

Penha - SC - Imagem: Google Earth

Penha - SC - Imagem: Google Earth

Governador Celso Ramos (Já mudaram o nome do município para Ganchos?) também apresenta um configuração semelhante, já que não é nem bem uma ilha, nem bem uma península, muito menos um mero promontório, contudo não apresenta o adjetivo “estreito” definido pela descrição wikipediana:

Gov. Celso Ramos - SC - Imagem: Google Earth

Gov. Celso Ramos - SC - Imagem: Google Earth

Estreitos

Esse é fácil! Segundo a Wikipédia:

um estreito é um canal de água que une dois corpos aquosos (oceanos, mares, *) e separa duas massas de terra. Os estreitos fazem por vezes parte de rotas comerciais importantes e por isso têm relevância estratégica, do ponto de vista económico e militar.

* ou baías :-)

Todos os catarinenses já ouviram no Jornal do Almoço, da RBS, seus respectivos apresentadores se referirem à região do “estreito”, que são as duas partes de terra, uma do continente, outra da Ilha de Santa Catarina, mais próximas entre si, onde foram construídas a famosa ponte Hercílio Luz e as mais recentes pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos, as quais podem ser visualizadas abaixo:

Estreito de Florianópolis - Imagem: Google Earth

Estreito de Florianópolis - Imagem: Google Earth

Foto aérea do estreito em Florianópolis - Imagem: Autor desconhecido

Foto aérea do estreito em Florianópolis - Imagem: Autor desconhecido

Barra

Barra do Sul, Barra Velha, Bairro da Barra, Barra da Lagoa,enfim, esse nome está bem presente no cotidiano catarina.

Barra é uma formação geológica que pode ocorrer nas desembocaduras de canais, estreitos, estuários, rios e outros cursos de água, devido à acumulação de material de aluvião, paralelo à costa, na linha onde a corrente do curso de água e a do corpo onde este desemboca se equilibram. Neste ponto é comum haver uma linha de rebentação, devido à diminuição da profundidade. Muitas vezes também ocorre formarem-se faixas de material que podem consistir de areia ou uma mistura de materiais, conforme a composição dos solos de onde provêm os cursos de água. Alguns destes acúmulos podem constituir as restingas.

Também se chamam barras às entradas estreitas dos portos, freqüentemente obstruídas por este material aluvional, ou à foz de cursos de água.

A maioria das barras naturais em nosso litoral foram alteradas, na medida em que, para reforçá-las e melhor definir o curso das desembocaduras dos rios catarinenses, foram sobrepostas, ou preenchidas, com rochas:

Rio Itajaí-açu - Exemplo de barra transformada em molhe - Imagem: Google Earth

Rio Itajaí-açu - Exemplo de barra transformada em molhe - Imagem: Google Earth

Creio que as duas principais que ainda resistem subsistem são as seguintes:

A barra que deu nome ao município de Barra Velha - SC - Imagem: Google Earth

A barra que deu nome ao município de Barra Velha - SC - Imagem: Google Earth

A barra do Rio Tijucas - Imagem: Google Earth

A barra do Rio Tijucas - Imagem: Google Earth

Cordão litoral

Santa Catarina apresenta dois tipos de Cordões litorâneos. Veja:

Um cordão litoral é um acidente que ocorre junto à costa, constituído por material heterogéneo, geralmente areias e seixos, resultante do desgaste da costa ou trazidos pelos cursos de água que desaguam no litoral, que se deposita quando a velocidade das correntes marítimas diminui devido à baixa profundidade.

Os cordões litorais paralelos à costa, commumente cordões litorais dunares, podem tomar a forma de ilhas barreira ou penínsulas, definindo lagunas no seu interior.

Cordão Litoral formando lagoas em Barra Sul e Barra Velha - Imagem: Google Earth

Cordão Litoral formando lagoas em Barra Sul e Barra Velha - Imagem: Google Earth

Cordão Litoral formando Laguna - Imagem: Google Earth

Cordão Litoral formando Laguna - Imagem: Google Earth

Laguna

o termo laguna se refere a uma depressão formada por água salobra ou salgada, localizada na borda litorânea, comunicando-se com o mar através de canal, constituindo assim, uma espécie de “quase-lago”.

O próprio nome do município já diz, Laguna - SC - Imagem: Google Earth

O próprio nome do município já diz, Laguna - SC - Imagem: Google Earth

Ilhas

Com este conceito já estamos habituados e dispensam-se definições. Temos no litoral catarinense duas grandes ilhas e uma infinidades de ilhas menores. Ficamos com as duas maiores:

Ilha de Santa Catarina - Imagem: Google Earth

Ilha de Santa Catarina - Imagem: Google Earth

Ilha de São Francisco - Imagem: Google Earth

Ilha de São Francisco - Imagem: Google Earth

Penínsulas

Uma península, do latim paene (quase) e insula (ilha), é uma formação geológica consistindo de uma extensão de terra de uma região menor que é cercada de água por quase todos os lados, com exceção do pedaço de terra que a liga com a região maior, chamado istmo.

O caso emblemático de península no litoral de santa catarina corresponde à porção de terra que forma os municípios de Bombinhas e Porto Belo, conforme você observa abaixo:

Península de Porto Belo - Imagem: Google Earth

Península de Porto Belo - Imagem: Google Earth

Istmo e Tômbolos

Um istmo é uma porção de terra estreita cercada por água em dois lados e que conecta duas grandes extensões de terra.

Um tômbolo é um acidente geográfico no qual uma ilha é unida ao continente por uma estreita trilha de terra (barra) resultante do acúmulo de sedimentos (areia, terra).

Istmo ligando o continente à "quase ilha" - Imagem: Google Earth

Istmo ligando o continente à "quase ilha" - Imagem: Google Earth

Abrolhos (ou escolhos)

Não confunda com pimpolhos ;-) Abrolhos ou escolhos são obstáculos marinhos, normalmente pedras. Abrolhos é também o nome de um arquipélago da Bahia. Recebeu este nome obviamente pela grande quantia de pedras submersas que atrapalhavam a navegação de quem por ali passava. O mar de Santa Catarina tem vários pontos semelhantes, muito embora sem grande proporção ou importância.

Restinga

No Brasil, chama-se restinga um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas características.

Restinga não é um acidente geográfico e sim um ecossistema, mas é um item pertinente ao tema. Abaixo uma foto minha mesmo da restinga da Praia Brava, motivo de amplas discussões a respeito da urbanização da praia. O mais engraçado nessa história toda era que enquanto o pessoal lutava com unhas e dentes pela preservação da restinga, no inverno de 1997 houve uma ressaca tão devastadora que levou toda a restinga da parte sul da mesma praia, ou melhor, enseada, a praia dos amores. Somente agora, vários anos depois, após uma pausa das repetidas ressacas marítimas, está praticamente recuperada. A foto abaixo é da parte norte da Praia Brava.

A super defendida restinga da Praia Brava Itajaí - Imagem: Ronaud Pereira

A super defendida restinga da Praia Brava Itajaí - Imagem: Ronaud Pereira

Acidentes geográficos litorâneos inexistentes no litoral de Santa Catarina

Falésias, Fiordes, Golfos, Recifes e Arrecifes, Arco de Ilhas… mais algum?

Aprendeu?

Ufa! Deu trabalho pesquisar esse post. Agora você conhece melhor sua região. Lembrando que não sou geógrafo, apenas um interessado. As considerações acima podem estar erradas e se você for geógrafo, oceanógrafo ou por alguma experiência particular perceba que as informações acima estão incorretas, por favor, corrija-me nos comentários.

Os mistérios da arte de pavimentar

Publicado em Praia Brava | 11 de fevereiro de 2010 |

Olha, eu procuro ser positivo e reagir compreensivamente a tudo o possível. Não gosto de dar palpite no serviço alheio ( a não ser como consumidor, e olhe lá! ) e não gosto de quem critica quem está fazendo algo.

Estou me referindo ao serviço de pavimentação da Praia Brava, que já está se tornando lenda urbana. A “coisa” até que está saindo – a passos de… bem vejamos qual o animal mais lento? a tartaruga ou o bicho-preguiça? Ok vamos ficar com a preguiça… enfim, a pavimentação da Praia Brava está saindo, a passos de preguiça (o bicho) e devemos todos ser compreensíveis com os transtornos, ok? Ok…

Porém, algo que não entendo é essa coisa de voltar a cavar nos trechos da Carlos Drumond de Andrade que já foram pavimentados COM ASFALTO. E o pior é que não se explica o porquê nem ninguém se responsabiliza pelo erro BRUTAL de se necessitar cavar novamente num trecho já finalizado. Agora tá lá a “narquia” como diria meu pai.

Quem é que está se responsabilizando por esses erros crassos de engenharia? Foi o que? Esqueceram “o martelo” debaixo do asfalto e agora ‘tão procurando por ele? O martelo é o que, de ouro? Estou brincando com essa história de martelo mas alguém me explica para quê serve o tal de PROJETO? Não é para se evitar transtornos e prejuízos, bem como para primordialmente evitar “refazimento” de etapas e ganhar tempo? Pois é…

É chato falar de incompetência ou pior ainda de falar em “re – faturamente” quando não se está, como eu, por dentro da obra. Mas tá lá, alguém lucrou e o povo vai ter que pagar por aquela “recavação” toda… Um mínimo de explicação a comunidade merecia!

Agora tá ali a obra que nem foi inaugurada, sequer acabada, e já está toda remendada! O povo da Praia Brava deve se benzer…

Ronaud Pereira

Temporada pra quê?

Publicado em Balneário Camboriú | 11 de fevereiro de 2010 |

Toda a temporada é a mesma ladainha. “Cadê os turistas?”, “Cadê o dinheiro?”, “Tá fraco!!!”, “Essa chuva maldita”, “Os turistas só comem sanduíches tem pouco poder aquisitivo, etc. É assim, chega o verão e com ele as repetidas reclamações dos comerciantes. Colocam a culpa em tudo, mas não conseguem rever seus conceitos.

Com todo o respeito, creio que os comerciantes de Balneário Camboriú não observam o fenômeno da temporada de verão com isenção. Temporada, vamos falar a verdade, não serve pra nada. É preciso se preparar para crescer durante o ano inteiro e então somente “aproveitar” o fluxo de virada de ano, só! Se não for viável então é melhor fechar as portas.

Trabalho com internet com vários sites relacionados ao turismo e o que observo que a maior parte das pessoas que “procuram” por informações relacionadas a BC no Google (provavelmente para vir pra cá) são nossos vizinhos de Blumenau, Joinville e interior. A proporção de paranaenses e gaúchos e mesmo paulistas, que vem pra cá é considerável, mas aquém da expectativa dos comerciantes. Não se pode esperar “faturar” só com eles pro ano inteiro. Muito menos com os gringos que por tantos que sejam, são muito poucos, proporcionalmente e reconhecidamente com baixo poder aquisitivo.

Em sendo você comerciante de cidade com fluxos sazonais de turistas, priorize ainda assim o morador, seu vizinho. É ele que sustenta o seu comércio durante o ano inteiro e merece prioridade. Os turistas devem sim ser muito bem tratados, mas como uma espécie de “bonificação” anual nos lucros e não como os salvadores da pátria. Trabalhe como se não houvesse temporada e então sim verá as coisas sob um viés mais realista e razoável. Se preparar para a temporada é muito válido e fundamental, mas ESPERAR pela temporada não vai ajudar em nada.

Vejo muita esperança e pouca razão, e ainda, pouca iniciativa. Não dá para abrir a porta e esperar que “venham”. Não é bobagem da minha cabeça, afinal já é clichê no mundo corporativo o fato de ser você quem tem que ir atrás do cliente. Ainda assim, quando o prefeito Edson Piriquito vem com algumas iniciativas relacionadas a eventos, ramo no qual a cidade deixa a desejar, é alvejado com críticas. Essas iniciativas otimizam sim o fluxo de turistas e favorecem a toda a cidade, contudo, de qualquer forma, não espere “ficar rico” só com os turistas.

Ronaud Pereira

Enfim…

Publicado em Praia Brava | 11 de fevereiro de 2010 |

As crianças e seus brinquedos. Os homens e suas opiniões. Heráclito

Olá, eu sou o Ronaud, e minha atuação profissional atualmente gira em torno da criação de conteúdo para sites próprios rentabilizados através de publicidade online.

Como morador da polêmica Praia Brava desde 1991, acompanhei boa parte de seu lento desenvolvimento, sempre como expectador (até porque em 91 eu tinha 10 anos ;-) ). Com a conveniência da minha atividade profissional, em 09/2008 decidi criar um espaço na web para colocar algumas informações sobre a Praia Brava. E desde então o praiabrava.info vem disponibilizando algum material mais concentrado sobre este contagiante lugar, já que havia poucas e esparsas informações sobre a Brava pela internet.

E aqui está. Vou escrever aqui sem qualquer compromisso, e lembrando sempre que são apenas as minhas opiniões. Sinta-se a vontade para comentar ou mesmo para enviar suas informações ou divulgar seus eventos, sempre relacionados à Praia Brava e região.

Veja também: Breve histórico sobre a Praia Brava de Itajaí.

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