Draga Charles Darwin em Itajaí

Publicado em Política | 29 de março de 2011 |
Draga Charles Darwin - Coisa maj linda, nêgo!

Draga Charles Darwin - Coisa maj linda, nêgo!

Quando eu soube da presença da Draga Charles Darwin – da empresa belga Jan de Nul – em Itajaí para aprofundar o leito do rio Itajaí em mais 3 metros, ao custo de 55 milhões de dólares, confesso que logo senti cheiro de corrupção pelo valor astronômico do custo da operação de dragagem do rio. Não são 5 milhões, são 55 MILHÕES de reais. Convenhamos, é MUITO DINHEIRO.

Com a pulga atrás da orelha, fui pesquisando nos sites relacionados à dragas, em inglês, para tentar encontrar ao menos O CUSTO DE UMA DRAGA como a Charles Darwin. Na minha ignorância, achei que por 55 milhões de dólares dava pra COMPRAR uma draga. Ou ainda com base naquela revoltinha típica da classe média reclamona brasileira, me questionei se com 55 milhões de dólares não era possível ao Brasil CONSTRUIR sua própria draga.

Não encontrei nada sobre custos de fabricação de uma draga como a Charles Darwin. Mas descobri informações curiosas.

A Charles Darwin não é tão fodona como alardou a imprensa regional. Nesta página (clique e leia – em espanhol) descobri uma tabelinha comparando nossa queridinha Charles Darwin à uma tal de Cristobal Colón. Observe que TODOS os dados técnicos comparativos pesam em favor da Cristobal Colón.

Então no final desta página (clique e leia – espanhol) encontrei o custo diário do aluguel para operação da draga Cristobal Colón. Ela custa 180.000 EUROS POR DIA a quem a contrata. Isso mesmo!

Inacreditável, não?

Nesta página (clique e veja – inglês) via esta encontrei um pdf informativo sobre a Draga Charles Darwin. Inclusive com uma citação à sua operação INAUGURAL no porto de Itajaí, no fim do documento. Sim, é uma draga nova (veja informativo em blog – inglês) embora não seja novidade.

Por fim, para me conformar, multipliquei o total de dias dados como prazo para a realização dos serviços de dragagem – 180 dias – pelo valor de E$180.000 convertidos para reais no dia 28/03/2011 (R$ 2,34), diários – R$ 421.200 como se fosse a draga Cristobal Colón a executar os serviços.

Resultado – R$ 75.000.000,00

TÁ CARO, NÉ??? Mas é assim mesmo. É o preço da tecnologia que o Brasil prefere pagar do que desenvolver.

Descontando a diferença para baixo do potencial da draga Charles Darwin em relação à Draga Cristobal Colón cujo valor de aluguel diário serviu de base para o cálculo acima, vemos que o valor pago à empresa Jan de Nul pelos serviços de dragagem do Rio Itajaí-açu, de fato, condiz com a realidade.

Menos mal!

Fica só uma questão. O prazo de execução dos serviços é variável. Se a draga terminar antes dos 180 dias, vamos pagar menos? O saldo que sobrar dos 55.000.000,00 iniciais destinados à totalidade do serviço vão pra onde? Só Deus, que como se sabe é brasileiro, deve saber…

Ressaca na Praia Brava

Publicado em Praia Brava | 23 de junho de 2010 |

Super atrasado, pra variar, tirei algumas fotos da ressaca, ou melhor, do resultado das sucessivas ressacas ocorridas ultimamente na Praia Brava, que demonstram claramente o quanto o mar avançou na última década. A primeira grande ressaca ocorreu no inverno de 1997.

Abaixo estão duas fotos que tirei de uma forte ressaca que ocorreu no inverno de 2001, para um trabalho da faculdade:

Ressacas na Praia Brava - 01-06-2001 - Antigo bar à saída da Carlos Drumond

Ressacas na Praia Brava – 01-06-2001 – Antigo bar à saída da Carlos Drumond

Ressacas na Praia Brava - 01-06-2001 - Onde era o antigo Tribus Bar

Ressacas na Praia Brava – 01-06-2001 – Onde era o antigo Tribus Bar

Já na foto abaixo, você percebe  forte erosão recente, dada a altura das dunas:

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Erosão

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Erosão

Abaixo, o tubo de esgotamento comumente utilizado pelos bares à beira-mar, de um antigo bar instalado aqui neste local:

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Tubo de antigo bar à beira da praia

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Tubo de antigo bar à beira da praia

Abaixo, você percebe o aterro realizado com terra vermelha há vários anos.

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Terra vermelha à beira mar?

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Terra vermelha à beira mar?

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Esse ´tá esperando a vez dele

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Esse ´tá esperando a vez dele

Aqui, o mais interessante. A fundação de um antigo posto de salva-vidas que funcionou aproximadamente entre os anos de 1995/6 até 2001/2. Observe que na época, do “salva-vidas” até a praia, iam mais uns 20 metros ou mais de faixa de areia à frente. Já era…

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Antigo Posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Antigo Posto de salva-vidas

Agora, abaixo você observa que o mar não só alcançou o espaço onde antes era a rua (com o posto de salva-vidas), como avançou uns 4 metros a mais na vegetação nos últimos dois meses.

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Antigo posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Antigo posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Antigo posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Antigo posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Antigo posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Antigo posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Antigo posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Antigo posto de salva-vidas

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Pedra sendo coberta pela areia

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Pedra sendo coberta pela areia

Diz-se que a Praia Brava é um lugar onde antigamente se localizava um imenso banhado. Chegaram aterrando tudo, sem estudo e sem planejamento (que novidade) e hoje o bairro sofre com as consequências provocadas pela drenagem pluvial inadequada.

Abaixo, mais uma das tantas e fortes erosões provocadas pelas fortes e sequenciais chuvas dos últimos anos:

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Erosão promovida pela enxurrada

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Erosão promovida pela enxurrada

Os barões da grana ainda pensam que a vegetação de restinga não passa de “mato”. Pois abaixo percebe-se nitidamente que onde há menos vegetação, o mar VEM COM TUDO, como diria Regina Casé:

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Antiga passarela

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Antiga passarela

Ressaca na Praia Brava Itajaí - A mesma passarela (ou o que restou dela)

Ressaca na Praia Brava Itajaí – A mesma passarela (ou o que restou dela)

Ressaca na Praia Brava Itajaí - Aos céticos, acreditem, sem a vegetação, seria pior

Ressaca na Praia Brava Itajaí – Aos céticos, acreditem, sem a vegetação, seria pior

Enfim, depois da tempestade, a bonança, e as lições que os homens não querem aprender:

Ressaca na Praia Brava - Depois da tempestade, digo, da ressaca, vem a calmaria

Ressaca na Praia Brava – Depois da tempestade, digo, da ressaca, vem a calmaria

Ronaud Pereira

Menos…

Publicado em Praia Brava | 16 de maio de 2010 |

O rapaz comentou, nesta notícia (a página foi removida), assim:

“O charme da praia (Brava) estava no chão batido…”

Acho que ele exagerou…

Itajaí mais verde, nossa vida mais verde

Publicado em Itajaí | 3 de maio de 2010 |
Itajaí - Pouca arborização

Itajaí - Pouca arborização

Achei ótimo encontrar esta iniciativa em Itajaí – Itajaí Mais Verde – mesmo apesar de particularmente não acreditar que o aquescimento global com suas mudanças climáticas tenha sua causa na ação humana (clique aqui e veja mais). O clima está se alterando sim, mas mais motivado por ciclos naturais do planeta do que por causa do CO2 emitido por nossa sociedade industrial.

Creio eu que a sensação de calor aumentou porque diminuiram as áreas verdes. Hoje os grandes centros urbanos são ilhas de calor porque o concreto, a pedra e o asfalto absorvem e conservam o calor de forma super eficiente. Então não é necessariamente que a temperatura da terra esteja aumentando drasticamente, mas sim que a sensação de que atualmente faz mais calor se intensificou, devido, justamente, às ilhas de calor dentro das quais vivem boa parte da população mundial.

Já as árvores dissipam o calor e a luz do sol com grande eficiência, não só dissipando a luz propriamente com suas sombras sempre muitíssimo bem vindas durante o verão, como transformando parte do calor recebido na energia de que precisam através da fotossíntese, processo próprio dos vegetais onde, através do calor do sol, quebram as moléculas de carbono, ficando com parte desse carbono para sua constituição física, liberando então, para a atmosfera, o gás oxigênio e vapor de água. Veja mais sobre Arborização (clique e veja).

As árvores são o “mecanismo” biológico perfeitamente desenvolvido pela natureza através dos milhões de anos de sua evolução, como sombreiros naturais que se auto-mantém. Então desde que comecei a ouvir sobre esse papo ecológico/ambiental sempre tive para mim, muito claramente, que se cada um plantasse duas ou três árvores em cada casa, seria fácil resolver o problema do calor.

Já vi casos de gente que elimina o jardim de casa “por causa da sujeira que dá”. PeloamordeDeus hein? Só para poder ficar com suas bundas gordas mais tempo coladas no sofá. Ridículo o nível que alguns “cerumaninhos” chegam. Muitos brasileiros adoram ver filmes americanos com belas paisagens, com belos bairros residenciais amplamente arborizados, mas são incapazes de perceber que se eles não tomarem qualquer iniciativa nesse sentido, continuarão morando em suas cidades e metrópoles cinzas e sem graça.

Itajaí tem grandes áreas urbanas e residenciais completamente desprovidas de vegetação. E as que restam estão diminuindo rapidamente, devido aos fins capitalistas que já conhecemos, os quais não podemos subestimar. Todos precisamos e gostamos do progresso e do conforto. Portanto iniciativas como a da Itajaí Mais Verde vem muito bem a calhar, reflorestantdo áreas ignoradas que também não tem tanto valor nem qualquer utilidade prática. Nada mais justo e inteligente do que reflorestá-las. E convenhamos, é super agradável viver numa cidade bonita, arborizada, bem cuidada…

Veja outros links interessantes:

Arborização
Telhado Verde
Ilha de Calor

Maringá - PR - Um exemplo para o país no quesito arborização

Maringá - PR - Um exemplo para o país no quesito arborização

Ronaud Pereira

Empregos turísticos no litoral – Vale a pena?

Publicado em Litoral de Santa Catarina | 24 de fevereiro de 2010 |

O Cacal Menezes em seu blog lembrou:

Está sobrando emprego. Falta é gente habilitada (e com vontade de trabalhar, também é preciso dizer) para ocupar as vagas. Que o diga o Costão do Santinho que no último final de semana, na região norte da Ilha, apelou para alto-falantes sobre veículos, que circularam pelas ruas da região chamando quem queira trabalhar no resort.

Agora… Há fatos e casos

Aqui na Brava, um grande hotel volta e meia também apela para os alto-falantes. Quem mora aqui sabe qual é.

Por um lado, nos comentários lá do blog do Cacau, houve quem atribuísse a “falta de vontade de trabalhar” do povo ao bolsa-família. Convenhamos, acham que mesmo o mais miserável dos miseráveis vive só com até 100 reais? Ou é desinformação e pensam que o bolsa-família paga um salário (o que ainda é pouco) ou é mera falta de noção. Quem vive com 100 reais?  O Bolsa-família é só um auxílio. Digo isto lembrando que particularmente nunca concordei muito com esse Bolsa-família não, mas como também nunca passei muita dificuldade financeira na vida, não posso julgar quem passa. Tenho certeza que é um dinheirinho bem vindo. Como eu já escrevi aqui, nem todos nascem com a força interna necessária para se sustentar. Enfim, é discutível.

Por outro lado, o próprio Cacau sugere que falta gente habilitada e com vontade de trabalhar. É relativo. Gente habilitada para arrumar camas, limpar a sujeira dos outros e fazer as mesas arrumando os guardanapos de um jeito exótico, tem sim! Agora sabe-se que o salário pago por esses hotéis são uma lástima. Que ânimo alguém tem em permanecer num serviço braçal pra ganhar 500,00 ou 600,00 reais? Qualquer diarista ganha praticamente a mesma coisa, com muito mais flexibilidade de horários. Praticar uma política de exploração, ou seja, apostar naqueles que beiram a fome para assumirem seus cargos vai lhe conferir que futuro? Se esquecem que o que é bom, custa caro. Se você encontrou um bom profissional, valorize-o e faça o possível para mantê-lo ao seu lado. Ele vale ouro.

Agora, por outro lado, alguns funcionários nem sempre colaboram com a situação. Quando entram e percebem que a coisa não é boa, fazem de tudo para “serem mandados embora” para continuarem a receber o seguro-desemprego. O que não é uma atitude nem um pouco digna. Como diria Luiz Carlos Prates, é FALTA DE VERGONHA NA CARA!!! ;-) Se conseguiu o emprego, trabalhe. Se viu que não é bom, ou que o salário não compensa, ou que a própria atividade não é estimulante, então peça sua demissão. Seja digno.

Assunto complicado, não?

O assunto é delicado. Por um lado os hotéis não assumem uma postura de valorização de seus profissionais, exigindo demais e pagando de menos. Por outro, a visão de mundo do povinho também não colabora muito, querendo ganhar muito retribuindo pouco. Mais um círculo vicioso a atrasar nosso país.

De qualquer forma, ainda questiono os hotéis. Ninguém com um mínimo de estudo e AUTOESTIMA vai se dispôr a ficar trabalhando naquele tipo de serviço por um salário miserável.

Se fosse minimamente suportável interessante, o povo ‘tava fazendo fila lá!

Ronaud Pereira

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